O jorro da fala na cura da alma murcha
Antes do sumir da sombra de sol a pino
Na cura, a fala falha
Abre espaços, o verbo, entretanto
Na caixa apertada do fole ofegante
Do pulso que a pulso socorre
        coração moribundo

O jorro da fala, esta, em haste do belo desprende
O fluxo fétido, sombrias as cores, os rumos incertos
O som estridente, a dor do gemido, breu
O jorro da fala no jarro quebrado
O fogo na palha em brasas cobre o cerne
Arde no peito o sal da lágrima
            couraça esgarçada

O jorro da fala arremeda remédio, remedia
Não cura os ecos, vaga carcaça
       espelho

Alitera, iletrado, em ecos infinitos
Versos brancos, linhas pobres
       tronco ressequido

   (Wisley Vilela - 7/10/21)

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