Sobre as atrocidades do estado sionterrorista de israel

– Não é comigo.
– Está do outro lado do mundo.
– Você se preocupa demais.
– Nada posso fazer a respeito.

São tantas as questões que mal defino por onde começar. É tão perturbador saber das cruéis atrocidades do estado sionterrorista de israel, daí as iniciais minúsculas, que as notícias que chegam quebrantam o coração e adoecem a mente. É perturbador também notar que nós brasileiros somos bons em reclamar do que nos aflige, mas demonstramos pouco interesse no sofrimento alheio e no que poderíamos fazer para aliviá-lo.

Temos nossas próprias questões, nossos problemas mal resolvidos, como o racismo, a violência contra a mulher, a disparidade social abissal entre os mais ricos e os menos afortunados, a corja de abutres empoleirada nos telhados do legislativo, o sistema educacional excludente desenhado para perpetuar as desigualdades, sem falar na dura realidade de milhões de pessoas que não sabem de onde virá sua próxima refeição.

Somos um povo movido a festas, futebol e feriados. Nossa fuga opioide do sofrimento dança nesses três palcos, também desenhados para nos apaziguar e não nos acharmos tão desafortunados. Nos tornamos um povo insensível ao sofrimento alheio. Basta comparar as manifestações regulares em defesa da vida do povo palestino que contam milhões de pessoas nas ruas de cidades de todo o mundo, no Reino Unido, Suíça, Itália, Marrocos, Irlanda, Estados Unidos, Turquia, Indonésia e tantos outros, com os poucos gatos pingados que compareceram às poucas manifestações organizadas no Brasil.

As festas do final de ano desviaram nossa atenção para nossos próprios umbigos, nossas vontades, nossos presentes pífios e os fogos de artifício. Virado o ano, é o carnaval a distração. E assim, vivemos de festa em festa, de feriado em feriado, de futebol em futebol, chutando nossas preocupações e o sofrimento alheio para fora de nossas vistas.

Quando agimos assim, perdemos um tanto de nossa humanidade. Ninguém é completo sem o outro. A humanidade é um só organismo vivo. Somos bilhões como os bilhões de células que compõem nossos corpos. Perseguições como as que estão em andamento no território ocupado da Palestina, no Congo, Etiópia, Níger, Somália, Mali, Myanmar, Burkina Faso, Sudão do Sul e Sudão, são comparáveis a órgãos doentes de um corpo. Um corpo com órgãos afetados é um corpo doente. A humanidade está doente.

Enquanto isso, nos dizemos chateados mas não ao ponto de agir de modo mais veemente para manifestar nosso desagrado.

O que está em jogo não é tomar partido de um governo ou outro. A questão é estar do lado da vida ou daquele que covardemente assassina pessoas indefesas, assustadas, aterrorizadas, famintas, sedentas, desabrigadas, sem qualquer tipo de proteção. Quem não se manifesta contra a política assassina do estado sionterrorista de israel está, com efeito manifestando seu apoio às suas práticas genocidas e atrozes. O seu silêncio é arma e munição nas mãos de podres poderes.


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